Laguna Páron – a lagoa do impossível em Huaraz, Peru

Quando vi a Laguna Páron pela primeira vez, pensei que seria impossível existir aquela cor de verdade! Jurava que as fotos que eu tinha visto antes estavam editadas, com um aumento na saturação ou na vibralidade ou no contraste ou no que for.

Mas meus olhos não podem editar nada e, sim, a Laguna Páron realmente tem aquele azul impossível. Uma das coisas mais impressionantes que eu já vi.

E, por falar em impossível, não tem como não emitir um palavrão para falar sobre a Laguna Páron, porque todos os adjetivos existentes não traduzem fielmente, não fazem jus ao que ela é. O que eu disse foi: “Caralho! Que cor é essa? ”

Laguna Parón, em Huaraz

Saímos de Huaraz perto das 8h e seguimos uma longa viagem até lá. Na minha van haviam 5 brasileiros, um peruano e um casal, que acredito, eram espanhóis.

A Laguna fica no Parque Nacional Huascarán, o mesmo parque onde está a desafiadora trilha para a Laguna 69.

Depois que se entra no parque, o caminho fica ainda mais bonito e é impossível não fixar os olhos na janela. Como de costume, subimos ainda mais para chegar à Laguna Páron, que está há 4200 metros acima do nível do mar.

Quando chegamos, nenhuma só pessoa ficou quieta. Todos emitiram algum som de admiração, porque é impossível ficar indiferente àquele azul e aquele visual.

A Laguna Páron possui uma praia de areias grossas e está escondida entre os nevados Huandoy, Paria, Pisco, Arteson e Caraz. O nevado Pirâmide está ao fundo, com seus 5885 metros de altitude. Ela é longa, tem quase 3200 metros de extensão.

Sério, parece impossível que esse lugar exista!

O que fazer na Laguna Parón

Quando chegamos, o guia nos explicou que haviam 3 formas de aproveitar a visita:

• Trilha pela lateral – 2 horas ida e volta, chegando até à parte de trás, onde há outra prainha.

• Caminhada ao mirante – na verdade é uma escalaminhada entre pedras, que leva a um mirante natural, levando cerca de 2 horas entre subir, apreciar e descer.

• Passeio de canoa – 5 soles por pessoa, cerca de 30 minutos

O mirante da Laguna Parón

Eu escolhi ir até o mirante, porque eu acho impossível resistir a mirantes.

Já nos primeiros minutos de subida, todo mundo começa a sentir o poder da altitude de agitar corações. Taquicardia e respiração ofegante é uma realidade em várias partes do Peru, inclusive na Laguna Páron.

Sobe, descansa, aprecia, bebe água. Sobe, descansa, aprecia, bebe água. Esse é o passo a passo para quem vai fazer a escaminhada. #Ficaadica

Não é difícil, nem puxada. A subida acontece nas pedras sobrepostas e, durante o percurso, é necessário usar as mãos para ajudar, por isso chamei de escalaminhada.

Durante o percurso fiz amizade com o Júlio (Rulio), de Lima. Comentei sobre ele no relato da trilha da Laguna 69.

Achei um cantinho e fiquei ali em silêncio, admirando a Laguna Páron, a lagoa do impossível. Fiz meu lanche com a aquele visual incrível em meio às montanhas.

A previsão era de chuva, mas o tempo estava bem aberto, o que ajudou a deixar o dia mais bonito e especial.

Depois de uma hora lá em cima, começamos a descer – o que para mim é sempre a pior parte. Chegamos às 14h e tínhamos mais uns 15 ou 20 minutos para aproveitar.

Desci até a praia e toquei a água geladíssima da Laguna Páron. Impossível não se sentir extremamente vivo com tudo aquilo.

Começamos a trilha ao meio dia e ao 12h40 já estava lá em cima. Tem como subir mais, mas onde eu estava era suficiente para mim. Menos pessoas e mais tempo para meditar e apreciar a vista.

Trilha da Laguna Parón

Sobre a trilha lateral, duas brasileiras que estavam na van me contaram como foi.

Todo o percurso é feito em uma trilha plana. Diferentes perspectivas da Laguna Páron e pode perceber seu tamanho são as vantagens dessa trilha.

Me mostraram as fotos e achei lindo demais! Qualquer rolê que decidir fazer, será lindo, seja do alto ou da lateral.

Elas disseram que o total da trilha dá umas 3 horas, então caminharam até a metade e voltaram, já que tínhamos duas horas.

A entrada do Parque Huascarán neste setor é de 30 soles.

Para chegar você tem 2 opções: tours ou ônibus público.

Existem duas cidades base para conhecer as atrações do Parque Nacional Huascarán.

Uma delas é Huaraz, a mais utilizada pelos turistas, porque possui mais infraestrutura, ofertas de hospedagens e restaurantes.

A outra cidade é Caraz, que está mais perto do parque, cerca de 32 km da Laguna Páron.

Os tours até a Laguna Páron, custam entre 50 e 70 soles partindo de Huaraz, dependendo da agência e do que está incluído, mas geralmente é apenas guia e transporte.

Para chegar por conta é preciso usar transporte público, saindo de Caraz, ele te deixa no povoado de Páron e de lá é necessário seguir a pé (pelo que entendi, 15 km de distância).

No câmbio que fiz em Lima, Arequipa e Cusco, R$1 para 0,95 soles (outubro de 2017).

Dicas

• Masque folha de coca e chupe bala de coca para ajudar a minimizar os efeitos da altitude (leia mais sobre os sintomas);

• Leve comidas leves para o almoço, como atum ou pão com frios;

• Tenha protetor solar e óculos escuros;

• Ter uma jaqueta ou casaco corta vento é bom;

• Esteja com sapatos confortáveis, ideal que sejam tênis ou botas para trilhas;

• Vista algo confortável e que tenha boa elasticidade para a abertura de pernas para fazer a escalaminhada do mirante da Laguna Páron, como legging ou pantalona, por exemplo.

Passeios

• Glaciar Pastoruri
• Laguna Parón
• Laguna 69
• Chavín de Huántar

Gastos

S/ 420
R$ 440
USD 130

Rotas

⇒ Lima
em ônibus
⇐ Lima
em ônibus

Hospedagem

Hostel Andescamp – USD5 / dia (comp.)
Hostal La Cabaña – UDS8 / dia (indiv.)