15 49.0138 8.38624 1 0 4000 1 https://umasulamericana.com 300 1
theme-sticky-logo-alt
theme-logo-alt
Cultura inca sem romantização 5 verdades sobre a famosa civilização sul-americana

Cultura inca sem romantização: 5 verdades sobre a famosa civilização sul-americana

Desconto Fui Gostei - Passeios em Santiago, Atacama, Uyuni e Cusco
Conta Global Nomad - USD 20 cashback código promocional Nomad UMASULAMERICANA20

A cultura inca, que dominou grande parte da América do Sul antes da chegada dos invasores europeus, é amplamente admirada por suas realizações em engenharia, agricultura e organização social. Uma das razões, é a popularidade de Machu Picchu, que colocou os incas no radar da romantização indígena, conhecida como mito do bom selvagem”.

No entanto, é importante lembrar que o Império Inca também se expandiu através de conquistas militares e práticas que não combinam com a imagem romântica associada a essa cultura.

Neste artigo do UMASULAMERICANA, quero expor algumas verdades sobre a cultura inca. Assim, trago à luz algumas práticas e costumes que hoje não são politicamente corretas. Assim, você vai fazer uma viagem muito mais rica e verdadeira pelo Peru.

1 – A Cultura Inca foi um império que se expandiu com conquistas militares

Centralização do poder no império A figura do Inca

A civilização inca floresceu entre os séculos 13 e 16, sendo a sua fase imperial datada entre 1438 e 1533. Esse período foi marcado pela expansão territorial sob o governo de Pachacuti Inca Yupanqui, o nono governante da dinastia inca.

Antes de Pachacuti, os incas eram apenas uma tribo localizada no vale de Cusco, mas com sua liderança, iniciaram uma série de campanhas militares que resultaram na criação do maior império da América pré-colombiana, o Tahuantinsuyo.

O nome “Tahuantinsuyo” significa “as quatro regiões unidas”, refletindo a divisão administrativa do império em quatro partes: Chinchaysuyo (norte), Antisuyo (leste), Collasuyo (sul) e Contisuyo (oeste).

No seu auge, o Império Inca controlava um território imenso, indo do norte da Argentina e do Chile, até o sul da Colômbia.

Talvez você queira ler: Como criar um roteiro entre Lima e Cusco por terra

Conquistas e aculturação inca: A expansão territorial do Tahuantinsuyo

Mapa do império da cultura inca

E essa expansão do Império Inca não foi um processo pacífico, não! Pelo contrário, foi marcado por conquistas militares e pela subjugação de diversas culturas e povos. Entre os povos dominados pelos incas estão:

  • Os Chimú: Uma das civilizações mais poderosas da costa norte do Peru, cujo reino, conhecido como Reino de Chimor, tinha Chan Chan como capital, a maior cidade de barro da América pré-colombiana. Os incas derrotaram os Chimú em 1470, incorporando seu território e seus conhecimentos avançados em engenharia e irrigação.
  • Os Chachapoyas: Conhecidos como “guerreiros das nuvens”, habitavam as regiões montanhosas de selva do norte do Peru. Sua resistência à dominação inca foi feroz, mas eventualmente, foram incorporados ao império no século 15.
  • Os Aymara: Habitantes do altiplano andino, especialmente na região que hoje compreende Bolívia e partes do Peru e Chile. Embora os Aymara mantivessem uma certa autonomia, foram subjugados pelos incas e obrigados a pagar tributos.
  • Os Cañaris: Povos indígenas que habitavam a região montanhosa do atual Equador. Os Cañaris resistiram bravamente à invasão inca, no século 15, mas acabaram sendo subjugados, embora sua cultura e identidade tenham persistido em certa medida.
  • Os Lupacas e os Collas: Povos que habitavam a região do lago Titicaca. Os incas conquistaram esses grupos e utilizaram suas habilidades agrícolas e de pastoreio pra melhorar a produção de alimentos no império.

A estratégia inca para manter o controle sobre esses povos era multifacetada. Eles promoviam a aculturação, impondo a língua quéchua, a religião estatal, e as práticas sociais e econômicas dos incas.

Esse processo de assimilação era conhecido como mitmaq ou mitma. Ele envolvia o reassentamento de populações inteiras pra dispersar os grupos étnicos mais rebeldes e facilitar o controle imperial.

Veja também: Desvendando raízes espirituais na América Latina: um olhar decolonial sobre Deus

2 – Sacrifícios Humanos: Um Aspecto da Cosmovisão Inca

Arqueologia de Alta Montanha encontra múmias incas em vulcão
PHOTOGRAPH BY JOHAN REINHARD, NATIONAL GEOGRAPHIC

Embora possa ser chocante pra gente hoje em dia, o sacrifício humano era uma prática comum em várias culturas antigas. Entre os incas, era visto como um ato de devoção e uma necessidade espiritual pra manter o favor dos deuses.

Um dos rituais mais conhecidos da cultura inca envolvendo sacrifícios humanos era a Capacocha. Nessa cerimônia, crianças, geralmente meninas de origem nobre, eram escolhidas pra serem oferecidas aos deuses das montanhas, conhecidos como ápus. Acreditava-se então que essas oferendas tranquilizavam os deuses e garantiam a fertilidade da terra, a proteção do império e a continuidade da ordem cósmica.

Os incas realizavam esses sacrifícios em ocasiões importantes, como a morte de um imperador, crises naturais (terremotos, inundações, secas, etc.) ou celebrações religiosas.

Um dos exemplos mais conhecidos desses rituais foi a descoberta, em 1999, das múmias de três crianças nos altos picos do vulcão Llullaillaco, na Argentina, que já contei aqui no UMASULAMERICANA. As condições frias e secas dos Andes preservaram de forma impressionante essas crianças, sacrificadas há mais de 500 anos.

Esses sacrifícios eram uma tentativa de assegurar boas colheitas, proteger o império contra desastres naturais e manter a harmonia entre os humanos e o mundo espiritual.

3 – Mita: O trabalho coletivo e obrigatório da Cultura Inca

O trabalho coletivo e obrigatório da Cultura Inca

A mita era um sistema de trabalho obrigatório imposto pelo império inca. Sob esse sistema, cada comunidade ou ayllu (unidade social básica) tinha a obrigação de fornecer trabalhadores para realizar tarefas públicas, como a construção de estradas, templos e terraços agrícolas. Inclusive Machu Picchu!

Embora fosse um trabalho forçado, a mita tinha um caráter temporário e comunitário, e os trabalhadores retornavam pra suas casas após o término de suas obrigações. Além disso, a mita era geralmente rotativa, com períodos de trabalho intercalados com períodos de descanso.

Cupom desconto worldpackers - UMASULAMERICANA código promocional

Assim, diferentemente da escravidão, os trabalhadores sob o sistema de mita não eram comprados ou vendidos, e continuavam a ser membros livres de suas comunidades. No entanto, a carga de trabalho era frequentemente pesada, e em alguns casos, as obrigações impostas pelo império poderiam causar dificuldades significativas pra as famílias.

Saiba mais: Conheça o Vale Sagrado dos Incas no Peru

4 – Centralização do poder no império: A figura do Inca

A Cultura Inca foi um império que se expandiu com conquistas militares

A dinastia real, os Sapa Inca, desempenhava um papel central na organização política e religiosa do império, e seus parentes próximos ocupavam os cargos mais importantes.

Como em qualquer dinastia, a transmissão de poder por hereditariedade na cultura inca era uma maneira de assegurar a continuidade do sistema político e a manutenção das tradições.

Em resumo, essa centralização familiar e estatal se dava assim:

  • O Sapa Inca: O imperador, considerado uma divindade viva e a figura máxima de autoridade. Seus parentes mais próximos, como irmãos, filhos e sobrinhos, ocupavam posições de destaque no governo, comandando exércitos, administrando províncias ou então atuando como sacerdotes.
  • A Panaca Real: Era um clã familiar formado pelos descendentes diretos do Sapa Inca. Os membros da Panaca possuíam privilégios e terras, e desempenhavam um papel importante na manutenção da ordem social e na transmissão dos conhecimentos tradicionais da cultura inca.
  • A Ayllu: A ayllu, por outro lado, era um grupo familiar mais amplo, formado por várias famílias extensas que compartilhavam um ancestral comum. As ayllus eram a base da organização social inca e desempenhavam um papel fundamental na produção agrícola e na organização comunitária.

Porém, a burocracia estatal, apesar da importância da família real, o Império Inca possuía uma complexa burocracia estatal, com funcionários especializados em diferentes áreas, como agricultura, construção, contabilidade e administração. Essa burocracia permitia o controle de vastos territórios e a coordenação de grandes obras públicas.

5 – Religião era o pilar da cultura Inca

Conquistas e aculturação inca A expansão territorial do Tahuantinsuyo

Quando você estiver viajando pela região de Cusco, vai conhecer numerosos templos e santuários ao longo do império, sendo o mais famoso o Templo do Sol (Coricancha) na capital imperial, a cidade de Cusco.

A religião, então, desempenhava um papel fundamental na manutenção do poder imperial. O culto ao deus-sol Inti e outras divindades, como Pachamama (deusa da terra) e Viracocha (deus criador), era central pra vida social e política na cultura inca.

Os sacerdotes, que eram membros da elite familiar, desempenhavam um papel crucial nas decisões de estado, incluindo as campanhas militares e a administração das terras.

A religião estava tão entrelaçada com a política que desobedecer às ordens do Inca ou não cumprir com as obrigações religiosas se considerava uma traição não apenas ao estado, mas aos próprios deuses. E resultava em punições severas, tá?

A crença inca num cosmos ordenado, onde cada indivíduo tinha um papel a desempenhar, não apenas determinava a organização social, como também legitimava o poder imperial.

Assim, utilizavam a religião como um instrumento de controle social. A crença em punições divinas àqueles que desobedecessem as leis e os costumes incas incentivava a conformidade e a lealdade ao império.

Sem romantização do Império Inca

Em suma, você viu neste artigo do UMASULAMERICANA que a cultura Inca, com suas impressionantes realizações em engenharia, agricultura e organização social, foi também uma civilização marcada por práticas de conquista, aculturação forçada e centralização extrema do poder.

Compreender esses aspectos é essencial pra ter uma visão completa da história inca, evitando tanto a romantização quanto a demonização. Assim, tua viagem vai ser muito mais rica e verdadeira!

A história dos incas é um testemunho não apenas da complexidade das sociedades humanas, mas também da maneira como poder, religião e cultura se entrelaçaram pra moldar a trajetória de uma civilização aqui na América do Sul.

Entender isso é importante pra desconstruir, inclusive, crenças de superioridade social europeia e interromper o pensamento colonial do bom selvagem.

Quais outros aspectos da cultura inca você gostaria de ver por aqui? Vamos continuar essa conversa nos comentários!

Verdades sobre a cultura inca
canal de viagens no youtube
POST ANTERIOR
Conheça Palcoyo: uma montanha colorida alternativa do Peru
PRÓXIMO POST
O mágico Circuito das 7 Lagunas do Ausangate perto de Cusco