Vale do Itararé – Paraíso natural no limite São Paulo-Paraná
Feriado prolongado se aproximando e eu procurando uma opção pra curtir a natureza. Acabei encontrando no Vale do Itararé um paraíso esquecido e tranquilo. São cânions, cachoeiras, gruta, trilhas e muita água!
A região do Vale do Itararé ainda é pouco conhecida pelos turistas. Acabei “descobrindo” o lugar por causa de um artigo com destinos desconhecidos do Paraná, que cita Sengés. Penei pra ter informações, sendo o blog Viagens por Aí o que mais me ajudou.
O Vale do Itararé
A região do Vale do Itararé está localizada na divisa de São Paulo e Paraná, abrangendo as cidades de Itararé e Sengés.
Além de muita beleza natural, o vale possui história: foi rota dos Tropeiros que vinham do sul do país sentido Sorocaba, foi habitado por índios Guianazes e foi local de ensino de jesuítas.
Entre as belezas do lugar estão paredões de arenito, cânions formados em milhões de anos, mata atlântica 90% preservada, rios, lagos, cachoeiras e grutas.
Itararé, em tupi-guarani, quer dizer ‘pedra que o rio cavou’. Claramente uma menção ao rio Itararé, que corre entre os paredões do vale.
Essa belezura toda acaba tornando o Vale do Itararé uma opção lindíssima de viagem, com diversas opções roteiros pra aventureiros e ecoturistas.
Nas proximidades ainda estão o Vale do Paraíso, o Vale do Corisco e muito mais, que só acrescentam a lista do que fazer no Vale do Itararé.
O que ver no Vale do Itararé e região
Cachoeiras
No Vale do Itararé foram catalogadas 13 cachoeiras, sendo a Sobradinho (Véu de Noiva) uma das mais lindas, com 45 metros de queda. O melhor é que ela é cachoeira de areia! Sem pedras machucando e escorregando no fundo! Seu poço é uma praia natural.
Outra cachoeira importante é a do Corisco, com 104 metros! Ela surge no paredão do Vale do Corisco cria um visual deslumbrante.
Uma das atividades do Vale do Itararé é a Trilha das 7 Cachoeiras, com 14 km de extensão em meio a mata atlântica 90% preservada.
Cânions e formações rochosas
Sengés, Itararé e Bom Sucesso de Itararé possuem alguns dos cânions e formações rochosas da região.
Um dos mais lindos é o Cânion do Jaguaricatú – o oitavo maior em área verde do mundo. Do mirante se pode apreciar os paredões de até 200 metros.
O cânion Pirituba fica em Bom Sucesso de Itararé e também oferece uma vista incrível. Ao lado está a Cachoeira do Palmito Mole.
Muita água
A região do Vale do Itararé possui muita água! Tem o Rio Verde, o Rio Itararé, o Rio Funil e muitos laguinhos em várias partes da cidade, inclusive à beira da rodovia!
O que fazer no Vale do Itararé
Como um destino de ecoturismo, se prepare pra muitas aventuras.
Há passeios em carros 4×4, passando por pântanos e até por um túnel desativado! Ele ligava a cidade de São Paulo a Montevidéu, no Uruguai! É o antigo túnel ferroviário Fábio Rego, construído na montanha de pedra.
Existem opções de trilhas, sendo algumas mais longas! A maioria é desconhecida, pois foram criadas por monitores, como o Seu Mário, que guia na região há 30 anos.
Cicloturismo é uma das opções do Vale do Itararé. A região possui muitas trilhas pra serem feitas de bike, passando por cachoeiras, cânions e rios.
Boia cross e rafiting também são opções de lazer no Rio Verde.
Viajando para o Vale do Itararé
Em qual cidade ficar?
Fui na intenção de me hospedar em Sengés (Paraná), mas acabei ficando em Itararé (São Paulo) quando cheguei.
Sengés possui poucas opções de hospedagem. Lá, achei apenas um hotel de beira de estrada, mas que parecia bem organizado. Agora que voltei, uma moradora deu a dica do Centro de Lazer Bela Vista, onde há chalés e área de camping, com piscina, pesqueiro e tudo!
No geral, Sengés não possui estrutura turística: zero informações, quase nenhum restaurante, nada pra fazer a noite. Apesar disso, é muito mais calma e silenciosa, além de estar mais próxima da maioria dos locais a serem visitados.
Já Itararé possui muitos restaurantes, sorveterias, açaíterias, pizzarias e barzinhos. Em compensação, é mais barulhenta e movimentada. A cidade possui 4 ou 5 hotéis, custando entre R$110 e R$220.
É preciso guia?
A contratação de guia de turismo não é obrigatória, mas altamente recomendada!
Por experiência própria: nos dois primeiros dias em que estive na região do Vale do Itararé tentei fazer as coisas por conta e me perdi bastante, além de perder muitas atrações.
Acontece que Sengés e Itararé não possuem uma infraestrutura acertada. Os pontos de interesses não estão mapeados, nem sinalizados.
Nem tente ir na do Google Maps! Ele manda a gente parar no meio do nada e diz “Chegamos”. Mas chegamos onde?
Apanhei pra chegar no cânion do Jaraguaricatú, acabei não encontrando a cachoeira do Lageado e só consegui encontrar um mirante ilegal pra Cachoeira do Corisco (mas com uma visão mais linda que a do mirante original rs).
Depois disso, contratamos o Seu Mário, guia a 30 anos na região. Além de ser uma Itararepédia, tem bom papo e é um dos guias mais indicados na região.
Contato do seu Mário ou do Marinho, que é filho dele: (15) 99797-4052 – telefone também do whatsapp. Email: [email protected]
É preciso ter carro?
As distâncias são grandes no Vale do Itararé. Por dia, você vai rodar 60, 80, 100 quilômetros.
Caso você não tenha carro e queira muito conhecer o Vale do Itararé, converse com o Seu Mário e peça que inclua o transporte.
Não é preciso ser 4×4, mas em alguns trechos seria perfeito ter um!
Se precisar alugar um carro, vale a pena fazer isso já na sua cidade. Veja aqui quanto custa alugar um carro.
Como chegar no Vale do Itararé
Tanto Sengés, quanto Itararé ficam na SP-258, que se transforma em PR-239.
De São Paulo, Itararé tá a menos de 350 km, cerca de 4h30 de viagem.
De Curitiba, Sengés tá a 270 km, pouco mais de 4 horas.
Prepare-se para os pedágios exagerados entre São Paulo e Itararé!
Quando ir ao Vale do Itararé
Segundo o Seu Mário, durante o inverno não chove quase nada região. Os trekkings são mais indicados pra fazer nesse período.
Durante o verão pode ocorrer chuvas nas cabeceiras dos rios e causar enchentes nas cachoeiras, conhecidas como cabeça d’água (eu quase morri numa dessa e não recomendo a emoção).
O Vale do Itararé é quente durante todo o ano! Mas espere águas geladas rs.
Onde comer em Itararé
Misericórdia, que eu comi muito durante minha viagem ao Vale do Itararé! Vou deixar as dicas.
Sorveteria King Mek – Rua São Pedro, 1165
Pizza 7 – Rua São Pedro, 998
Churrascaria dos Gaúchos – Rua São Pedro, 2636
Gourmeteria – Rua São Pedro, 1029
Café na Dona Augusta – estrada que leva à cachoeira do Postinho. Caso vá até lá, não deixe de encomendar de manhã pra comer à tarde.
Dicas pra sua viagem
• Tenha repelente!
• Leve protetor solar e labial
• Um boné ou chapéu vai ajudar
• Contrate um guia
• Leve bota para trilhas longas, pois são feitas em mata selvagem e animais peçonhentos podem aparecer
• Nunca entre em cachoeira em dias de chuvas com alta umidade e calor intenso. Risco de cabeça d’água. Saiba mais.
Empresa proíbe acesso a duas atrações
A Arauco comprou parte da região e está proibindo o acesso dos turistas ao Poço Encantado e ao Mirante do Corisco. Consegui ver as duas atrações de maneira ilegal, tendo que invadir a propriedade.
Bom, os guias estão tentando reverter a situação, mas sozinhos fica difícil. Por isso criei um abaixo assinado para que a arauco libere a visitação guiada aos locais.
Se puder, assine aqui e vamos reivindicar nosso direito ao Patrimônio Natural.
Minha viagem ao Vale do Itararé
Rolês
• Cachoeira do Corisco
• Parque da Barreira
• Cachoeira do Sobradinho
• Cânion do Juaguaricatú
• Cachoeira Erva Doce
• Trilha das 7 Cachoeiras
• Poço do Encanto
• Cânion Pirituba
Gastos
Pedágios ida e volta – R$95
Combustível R$ 400
Guia 1 dia e meio – R$170
Hospedagem 3 noites – R$600
* Gastos totais para um casal
Rotas
⇒ São Paulo de carro
Hospedagem
Hotel Itararé
R$220 pra dois
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18 Comentários
Amei! Não conhecia esse lugar! Já me programando
Prepare o panção pra se acabar de comer! E não esqueça o repelente.
Que show! Apesar de sermos de São Paulo, nunca tinha ouvido falar sobre a região. Dicas anotadas, obrigada por compartilhar!
Eu soube sobre Sengés e região uma semana antes de visitar rs
Que lindo esse lugar. As cachoeiras todas e especialmente a gruta! Agora, muita sacanagem fecharem o acesso aos lugares 🙁
Achei bem legal você ter feito o abaixo-assinado. Assinando já!!
Obrigada, Fabia! Quem sabe com o volume de gente pedindo a liberação a empresa não reconsidera, né? Beijos
é realmente um paraíso, que local incrível, deve valer muito a pena a visita, ainda tenho muito do sul do Brasil a conhecer!
O Paraná é cheio de paraísos perdidos. Vale a pena tirar uns dias pra conhecer.
Meu Deus…to besta!!! Que lugar mais lindo….como tem lugares incríveis por esse brasilzão…amei o post. Dica anotada.
O joia bruta, né? O Brasil tem muita coisa ainda pra ser explorada!
Que lugar lindo!!!! Poço encantado é marvilhoso! Agora com certeza vai ter minha assinatura no abaixo assinado, absurdo total esse local nao ser um parque nacional!
Relato muito bom. Assinei o pedido de libração também. Sabe se é possível acampar no alto do cânion?
Brigada, Luis!
Olha, acho que não, mas não tinha nada que proibia!
Muito legal!!! excelentes dicas! valeu por compartilhar!!!!
Oi, Allan! Que bom que gostou. Obrigada por ler
Parabéns pelo post.
Eu já havia estado em Sengés várias vezes, mas ignorava os segredos escondidos na região.
Adorei o post.
Você sabe se e possível fazer este passeio com cachorro?
Obrigada
Selma
Olá! Sim, se estiver de carro próprio.