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Cabeça d'água - Relato do dia eu que nasci de novo

Cabeça d’água no Saco do Mamanguá – O dia em que eu nasci de novo

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Eu saí de casa pronta, com todas as informações para fazer um trekking no litoral sul do Rio de Janeiro, em Paraty, mas uma cabeça d’água cruzou meu caminho e eu quase morri.

Esse post é um relato de uma experiência intensa que eu vivi e que, graças à família do seu Ailton da Praia do Engenho, teve um final feliz.

O que é cabeça d’água

Cabeça d’água é um fenômeno que rola quando há intenso calor, alta umidade do ar e forte chuva localizada, especialmente em região serrana, como o Saco do Mamanguá.

Se a chuva tá caindo na nascente de um rio com essas condições, o nível da água pode aumentar de repente e se tornar uma enchente na cachoeira, descendo a serra e arrastando tudo o que tiver no caminho.

Esse vídeo é pra você ter ideia do que é uma cabeça d’água.

A travessia da Joatinga

Como contei nesse post com as expectativas de 2018, eu tava querendo começar a fazer travessias no Brasil. Pesquisei sobre algumas perto de São Paulo e me interessei pela Travessia da Joatinga, que começa em Paraty Mirim, passando pelo Saco da Mamanguá, e termina na Praia do Sono.

Um amigo que fiz em Gramado me mostrou fotos do Saco do Mamanguá e desde então eu fiquei doida pra conhecer. Decidi conhecer o lugar no feriado do aniversário da cidade de São Paulo, dia 25 de janeiro.

A trilha possui trechos de níveis difíceis e moderados, mas que com a condição do clima pode se tornar ainda mais difícil. Você pode entender melhor nesse post sobre níveis de dificuldade de trilhas.

Estava com meu marido e iríamos caminhar e acampar por 4 dias e 3 noites. A travessia é puxada, porque possui vários trechos de aclive e declive, alguns chegando a quase 500 m.

Li dezenas de relatos antes de me enfiar na travessia e nenhum falava sobre cabeça d’água. Não havia nenhum perigo absurdo, segundo os viajantes.

Cabeça d'água - Relato do dia eu que nasci de novo

Então estávamos prontos pra experimentar a primeira travessia da vida! Fomos pra Paraty à noite, levando 3 caronas via Blablacar e tava tudo lindo!

No dia seguinte seguimos em direção à Paraty Mirim, estacionamos o carro e começamos a caminhada.

O primeiro dia foi puxado, porque estava muito calor! A umidade tava bem alta e no meio da mata fechada parecia um forno.

Mesmo assim, concluímos com sucesso. Subimos no Pão de Açúcar pra avistar todo o Saco do Mamanguá – que é a coisa mais linda, e dormimos no Camping do Preá, na Praia do Cruzeiro.

No segundo dia de trilha pretendíamos ir da Praia do Cruzeiro à Praia do Pouso do Cajaíba ou à Praia de Martins de Sá, onde acamparíamos, mas minha intuição e uma cabeça d’água mudaram meus planos.

Minha intuição me avisou

Acordei mal-humorada e bem cansada por causa do dia anterior. Decidimos continuar, mas pegaríamos mais barcos que o planejado.

Da Praia do Cruzeiro pegamos um barco até a Praia do Engenho, onde começaria nossa trilha, assim, economizaríamos cerca de 4km de caminhada.

Quando descemos do barco comentei com o Rodrigo que a praia era incrível e que eu queria ficar ali.

Perguntei pra um caiçara que tava cuidando da praia, seu nome é William, se era permitido acampar e ele disse que sim. Eu queria ficar e desistir da travessia, mas o Digo queria continuar. Resolvi seguir os planos.

Cabeça d'água - Relato do dia eu que nasci de novo

Praia do Engenho

Subimos as escadinhas no início da trilha, que leva a uma cachoeirinha. A água é tão pouca que mal dá pra se molhar, mas é um bom lugar pra encher a garrafa de água antes de seguir a trilha.

Na hora de passar pelas pedras entrei em pânico e comecei a chorar quando meu pé deu uma escorregada. Fiquei agachada, chorando e pedindo ajuda. Quando o Rodrigo me levantou comentei com ele que aquilo foi estranho. Disse as seguintes palavras: “Nossa, que desespero estranho. Não entendi, porque esse volume de água nunca me arrastaria”.

Beleza! Seguimos a trilha e tava muito difícil. 14kg de bagagem nas costas, calor, umidade alta e o solo encharcado e barrento, já que havia chovido na noite anterior.

Além do nosso cansaço do primeiro dia, a inclinação e o solo escorregadio deixaram a trilha absurdamente difícil.

Almoçamos no meio da trilha e subimos mais um pouco. Quando vi  no Wikiloc que faltava muito ainda pra subir, além de toda a decida, resolvi voltar e o Rodrigo topou.

Nessa hora tive sinal de telefone e alguém me ligou de São Paulo. Não sei quem era, porque ninguém respondeu, mas vi que uma amiga, a Lu, tinha perguntado no whatsapp como tava o rolê. Eu converso em memes e gírias gays e respondi “Nossa, que morte horrível”.

No meio no caminho de volta – que tava mais difícil pra descer que pra subir, começou a chover. Encapamos as mochilas, coloquei minha capa e seguimos na chuva.

A trilha virou uma cascatinha e nessa altura nossos pés, roupas e barraca estavam encharcados.

Quando chegamos finalmente à pedra, entrei em pânico de novo. O volume de água tava maior, mas nada demais. Mesmo assim, travei. Não conseguia seguir de tanto medo.

O Rodrigo levou a mochila dele até um ponto onde uma pedra maior fazia abrigo, pegou a minha e colocou lá também e voltou uma terceira vez pra me buscar.

Eu insisti pra ele levar a barraca pra algum lugar protegido de chuva, mas a barraca tava molhada, não faz o menor sentido que eu tenha pedido isso e menos ainda que ele tenha me atendido.

Ele foi até à praia com a minha mochila e a barraca. Mesmo com chuva, havia uma família na praia tentando salvar o barco deles, que tava enchendo de água e afundando. O William tava lá ajudando.

Nesse meio tempo, a cabeça d’água aconteceu e eu tava lá, no meio do caminho.

A cabeça d’água na Praia do Engenho

Enquanto o Rodrigo não voltava, eu me abriguei na pedra, ao lado da mochila dele, que tava bem protegida da chuva.

Fui me arrastando até a beira da pedra pra tentar ir embora, mas entrei em pânico de novo e voltei praticamente deitada. Um medo ridiculamente desproporcional.

Em alguns minutos, reparei que a água tava chegando na mochila dele. Percebi que o nível da água tava aumentando e virei de lado pra puxar a mochila. Nessa hora vi uma aranha grande atrás de mim. Com o susto, dei um pulo pra trás. Vi que a água tava muito mais forte.

Levantei arrastando a mochila e dei uns 3 passos até uma árvore bem fina com tronco em forma de V e me sentei com as pernas abertas, em forma de V também, formando tipo um X.

Em questão de segundos a água começou a aumentar e nem deu tempo de eu me esticar pra pegar o meu descanso de pescoço.

A água começou a ficar extremamente forte e eu estava em perigo, desesperada e sozinha. Gritei por socorro, mas me lembrei que não tinha nada por ali. Parei pra economizar minhas energias.

Fiquei muito preocupada com o Rodrigo, porque eu não sabia pra onde aquela água toda tava indo e temia que ela pegasse ele no caminho.

Minhas pernas tremiam e não tinha força, a água arrastava elas. Ainda tentava segurar a mochila. Achava que era exagero meu, assim como o pânico que senti antes.

O Rodrigo apareceu na trilha, onde a água chegava na canela dele. Quando ele me olhou, colocou as duas mãos na cabeça e a expressão dele era de medo, de pavor. Percebi que não era exagero meu. Eu tava em perigo de verdade. Soltei a mochila e a vi ser arrastada pela correnteza numa facilidade absurda.

Eu sabia que seria a próxima. Gritei pro Rodrigo pedir ajuda e ele foi embora. Eu imaginei que, pela chuva, ele não encontraria ninguém na praia, que é praticamente deserta.

Nessa hora eu estava em negação. Eu sabia que iria morrer, mas não queria. Em nenhum momento eu aceitei. Olhava aquela água toda e pensava “Não acredito que chegou minha hora. Não acredito que eu vou morrer hoje. Não quero ir, não quero morrer. Se tiver qualquer chance de esperar a chuva passar e a água diminuir, eu vou esperar sentada aqui.”.

Cabeça d'água - Relato do dia eu que nasci de novoDizem que passa um filme na nossa frente, mas comigo não! Estava com uma música na cabeça – Perdão você, da Marisa Monte (acho que porque eu pensei ‘não quero morrer’ e a música tem um trecho que fala isso – sim, a cabeça continua funcionando normalmente rs).

Além da música, eu pensava no tanto de coisa que eu queria fazer na vida. Pensava nos planos de futuro. Eu tinha tanta coisa pra fazer. Pensava nos meus sobrinhos, que eu não veria crescer; no como minha família receberia a notícia; no como o Rodrigo ficaria sem mim e no como ele teria que se virar sozinho com a minha morte no meio do Saco do Mamanguá.

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Eu chorava e minhas lágrimas se misturavam com a chuva, depois com a correnteza e faziam o caminho que meu corpo faria se a água chegasse no meu tronco, que tava bem encaixado na árvore. O nível da água estava quase nos meus joelhos e eu já tava de pé.

Um casal apareceu na trilha e eu comecei a gritar! Pedi pra chamarem um resgate ou coisa assim, mas eles só me mandavam ficar calma.

Apareceram mais duas pessoas e meu peito se encheu de esperança, mas ainda não sabia como eles poderiam ajudar.

Um deles entrou na água e eu gritava pra ele voltar. Ele voltou e me pedia calma. Esse é o Ricardo.

Eu pedi pra ele chamar os bombeiros e ele disse que não havia bombeiros por ali. Entrei em pânico de novo. Então decidi que eu passaria a noite ali, me segurando.

“O nível da água sobe?”, perguntei gritando por causa do barulho absurdo da correnteza. O Ricardo me assegurou que não. Mas ele só tava tentando me deixar confiante.

O Rodrigo chegou e caiu de cansaço. Com ele chegaram mais duas moças. Todo mundo me mandava ficar calma.

Eu tinha picos de calma e desespero. Às vezes eu só pensava em esperar, mas em seguida eu gritava que não queria morrer e pedia ajuda.

UPDATE: eles estavam fora de perigo, porque a correnteza seguia para a direita, já a trilha estava à esquerda. Eu estava no meio das pedras e toda a água vinha da serra, passava por mim e depois seguia à direita.

Os meus heróis

Percebi que a água estava mais alta e comecei a perder as esperanças. Eu sabia que aquelas pessoas não poderiam fazer nada. Eu iria ser arrastada em breve e elas teriam que ajudar o Rodrigo.

Eu senti tanto medo. A maior angústia da minha vida. Entendi o porquê eu não queria passar pela pedra, tanto na ida quanto na volta. De alguma maneira, eu sabia que aquilo iria acontecer. Eu estava ali, na mesma pedra, sentada numa árvore fina, que poderia quebrar a qualquer momento.

Olhei pro céu e ele era todo nuvem carregada. A chuva não iria parar tão cedo. Eu não tinha a menor chance.

Já tinha uma hora que eu tava sentada ali, quando apareceram uns caiçaras. O mais novo tinha uma atitude forte. Eu perguntava pra ele se o nível da água aumentaria e ele não me respondia. Mas ele falou alguma coisa com o Rodrigo, que depois me contou que ele disse “A água aumenta, sim. Preciso tirar ela de lá agora”.

Ele começou a entrar numa trilha lateral e eu gritava pra ele não entrar, porque temia que alguém se machucasse por minha causa.

Eles tinham uma corda. Eram cinco caiçaras. O mais novo subiu numa pedra alta e me perguntou meu nome. Ele disse numa confiança “Aline, fica aí. Vou tirar você daí”. Perguntei se aquilo já tinha acontecido antes, porque ele parecia saber o que fazer. Ele me disse que não, mas que era pra eu confiar nele.

Jogaram a corda pra mim e me mandaram prender na árvore. Havia um cano atrás da pedra grande, que eles passaram pra frente, depois amarraram a outra ponta da corda.

O mais velho, o Ailton, desceu e começou a vir perto de mim. Meu medo aumentou, porque a última coisa que eu queria era colocar a vida dos outros em risco. Temia mais pela vida dele que pela minha. Eu não podia viver (ou morrer) com aquela culpa!

Ele chegou na árvore e eu agarrei ele. A água tava abaixo do meu peito. Como um Tarzan, o Ailton sabia exatamente onde deveria encaixar os pés pra não perder o controle. E como um herói de filme, ele conseguiu segurar a si mesmo e a mim numa corda. Isso tudo com a correnteza da cabeça d’água nos empurrando.

Em cima da pedra, os outros faziam uma corrente humana, um segurando no braço do outro. O último segurava em uma árvore.

Chegando na pedra, joguei uma perna e um braço pra cima e o mais novo me segurou, me puxando pra cima com apenas uma mão. Tão forte, que eu tô cheia de hematomas no braço. Comecei a gritar pra tirarem o Ailton da água e conseguiram.

Minhas pernas tremiam tanto, que eu quase caí. O mais novo me abraçava forte e eu agradecia mais que tudo.

Cabeça d'água no Saco do Mamanguá - Os meus heróis

Wiliam e Ailton, dois dos meus heróis

Eu comecei a tocar em mim mesma pra ter certeza que eu tava viva, que eu tava a salvo. O menino amarrou os cadarços da minha bota e me levou até onde a água não poderia mais me levar.

Abracei o Rodrigo e senti o coração dele! Estávamos bem, graças a coragem e a atitude da família do seu Ailton. Eu não sei como agradecer!

A Fernanda, o Ricardo e sua família me ofereceram abrigo na casa deles, onde tomamos banho quente, vestimos roupas secas emprestadas e comemos. Dormimos ali, protegidos e ouvindo a chuva, que não parou, e a força da cachoeira.

O Ailton, como se não bastasse, conseguiu recuperar a mochila do Rodrigo e os pertences que tinham ido antes – inclusive as câmeras e os celulares, que não se salvaram, claro. Mas consegui recuperar as fotos!

Aproveitei pra agradecer mais um monte e perguntei se a cabeça d’água acontecia com frequência, já que não li nada a respeito na internet. Ele me disse que, desde que nasceu, só umas quatro vezes. Ele tem entre 50 e 60 anos! Ou seja, fui sorteada mesmo!

As pessoas são maravilhosas

Uma família se arriscou por uma desconhecida e a outra abrigou dois.

Arriscaram suas vidas, empregaram força, cuidaram de mim e sem nem me conhecer, sem nem saber se eu valia a pena.

Apesar de ter sido o pior dia da minha vida, eu agradeço muito ao universo por ter esquematizado tudo:

O barco afundando, que segurou as pessoas na praia.

A aranha que me fez sair de trás da pedra, me fazendo ver a água e me dando tempo de sentar na árvore.

Por ter sido eu e não o Rodrigo, que iria se meter na água tentando escapar.

Por aquela árvore em forma de V existir ali.

Especialmente, agradeço à família do Ailton e à família do Ricardo e da Fernanda. Que vocês recebam toda a sorte desse mundo! Que estejam protegidos, que nunca lhes falte nada, nem força, nem sabedoria, nem coragem, nem alimento, nem abrigo. Que apenas pessoas boas cruzem o caminho de vocês.

Agora eu choro de emoção, porque o medo passou! Choro pela sorte que eu tive de encontrar vocês no meu caminho.

Cuidado com cabeça d’água

A natureza é muito poderosa e imprevisível. Eu vivi uma raridade e por isso não existia esse alerta na trilha.

Antes de se meter num rolê assim, se informe! Você pode entrar em contato com a Prefeitura, com o Governo ou com os administradores dos parques e reservas (quando for o caso) para perguntar.

Converse com os locais. Ligue numa pousada e tire dúvidas. Chegando no local, converse ainda mais sobre fenômenos, sobre a trilha, dificuldade e tudo mais!

Leia muitos relatos na internet. Pesquise nos buscadores, no fórum Mochileiros.com, em blogs… Pergunte nos grupos de viajantes, mochileiros e trilheiros do Facebook. Nunca saia sem todas as informações.

Leia sobre o clima local e conheça os fenômenos naturais que podem afetar a região. Na dúvida, não siga. Suspenda a trilha!

Acredite nas suas intuições. Caso tenha um sexto sentido aguçado como o meu, vá na dele, mesmo que tenha que se desentender com alguém.

Em trilhas em matas fechadas e em região serrana, aborte a trilha caso comece a chover. Procure não fazer esse tipo de trilha sozinho.

No mais, deus abençõe os rolês!

E o caminho pra mim ainda continua!


Assim que liguei o rádio, voltando pra casa, essa foi a primeira música que tocou. Pensa no como eu chorei! Lavei de mim o último vestígio de medo.

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18 Comentários

  • 28 de janeiro de 2018 a 14:40
    Felipe Ramalho

    Aline, que história linda. A forma que você conta as suas histórias através do seu blog é tão real, é como se você as tivesse contando pra mim cara a cara. Como um bom exemplo de pisciana, as viagens dentro de você mesma são tão intensas e poderosas como as suas aventuras pela América do Sul e é um grande privilégio que você divida as suas emoções com nós, seus leitores, porque mesmo sem estar lá, lendo a sua história me senti lá com você, fazendo parte da corrente humana. Que bom que tudo acabou bem!

    • 28 de janeiro de 2018 a 14:51

      Fefo, todas as pessoas que eu amo estavam lá, dentro de mim. Você também, amigo. Te amo!

  • 28 de janeiro de 2018 a 17:46

    Nossa Aline, chorei lendo sua história! Que maravilha que você está aqui ainda com a gente, e que bom saber que apesar desses tempos meio sombrios que estamos vivendo as pessoas boas existem sim e elas estão espalhadas aos montes por aí! Que todas essas pessoas que te ajudaram, e você também, tenham somente alegrias e outras pessoas incríveis nos caminhos da vida!

    • 28 de janeiro de 2018 a 19:43

      Obrigada pelo carinho, Alana. Tô muito aliviada de ter saído dessa. As pessoas boas existem e elas sempre cruzam o meu caminho. Tenho muita sorte de elas estarem lá bem quando eu mais precisei.

  • 28 de janeiro de 2018 a 21:54
    Lucigleice Duarte

    Poxa, lendo de novo essa história incrível, eu sinto medo e esperança juntos; me emocionei bastante com as suas palavras porque os detalhes são ricos e nos fazem sentir o que você sentiu. Acredito em uma força maior, sim, dentro e fora de nós, que nos mostra o caminho, nos mostra soluções e pessoas. Se cuide sempre, Line, e não deixe de fazer os rolês maravilhosos por medo, mas acrescente essa experiência no seu coração e deixe seu interior te guiar.

    • 28 de janeiro de 2018 a 22:13

      Ai, Lu, brigada! Quase que você foi a última a falar comigo, hem! Miga, o rolê não pode acabar nunca. Vou tirar uma lição valiosa disso, que é acreditar mais em mim e não achar que eu tô pirando, imaginando, exagerando. Sempre sou cuidadosa, me informo nos detalhes e nunca me enfiaria na trilha se soubesse, até porque sou bem cuzona rs.
      A natureza e as pessoas estavam numa sintonia linda e com certeza algo tava encaminhando tudo. Eu só agradeço!
      Beijos!

  • 28 de janeiro de 2018 a 23:57

    Aline, entendo muito pelo que passaste, eis que sofri um acidente similar em 21 de outubro. Ao contrário de você, estava num lugar absolutamente conhecido, nas terras da minha familia no interior gaúcho.
    Fui fazer a travessia de um pequeno arroio, passagem obrigatória para chegar e sair, de camionete. Um trechinho de poucos metros e com pouca água. Na saida a tromba d”agua bateu na roda traseira e carregou a camionete para a absurda correnteza que se formou. Fui muito rápida entre perceber a gravidade, me jogar na água e retirar minha mãe, com quase 80 anos e que não sabe nadar.
    Minutos muito dificeis até conseguir resgatar minha nãe na água e arrastá-la barranco acima, enquanto a água subia muito.
    É uma experiência que não esqueceremos e, como você, tive pequenos sinais.
    Feliz por estares bem e contando essa história, um alerta para todos sobre os perigos da natureza e, especialmente, pelo reconhecimento aos heróis que mudaram o curso da história e evitaram uma tragédia.
    Abraços!

    • 29 de janeiro de 2018 a 10:23

      Caramba, Paula! Fiquei toda arrepiada aqui. A natureza é muito poderosa mesmo, né? Fico feliz em saber que você e sua mãe agora estão bem.
      Imagino como isso deve mexer ainda com você.
      Beijos e valeu pelo carinho!

  • 29 de janeiro de 2018 a 16:17
    Marina Barbosa Araujo

    UAU!
    Conheci você e seu blog na semana passada, enquanto buscava por um roteiro Peru, Bolívia e Chile e achei aqui dicas incríveis e comecei a te seguir.
    Super me emocionei e fiquei arrepiada ao ler seu relato, além da riqueza de detalhes que eu adoro em uma história, nos levando mais perto de você nesse momento de tanta tensão.
    Ao final foi tão reconfortante ler tamanha bondade e solidariedade das pessoas e uma grande lição ver sua gratidão frente a tudo que aconteceu, foi inspirador.
    Que bom que tudo acabou bem e que as pessoas certas estavam no lugar e na hora certa, que o caminho de todos vocês seja repleto de bons frutos.
    Beijos!!

    • 29 de janeiro de 2018 a 16:29

      Oi, Marina! Que legal saber que você gosta do blog.
      Eu sou eternamente grata a cada uma das pessoas que ajudaram a me acalmar, que me tiraram da água e que cuidaram de mim depois! Me fizeram ter esperança de que as pessoas boas existem em maior número.
      Valeu pela força. Beijos!

  • 20 de fevereiro de 2018 a 12:29

    Quando a gente lê, dá até um nó na garganta. Nega, ainda bem que tinham pessoas maravilhosas lá pra ajudar a gente. Obrigado por ter segurado firme e por tá aqui agora!

    • 20 de fevereiro de 2018 a 12:30

      Obrigada por ter me dado força! Te amo

  • 21 de fevereiro de 2018 a 07:53
    Dinorah

    Menina, quanta emoção. Vc descreveu de forma que eu lia e via a cena. Ótimo post. Vivi um risco na chapada Diamantina, mas não foi com água, foi o peso da mochileira, descendo uma pirambeira indo para o Vale do Pati, muito cansaço, muito peso o mesmo seu 14 kilos, derrapei e cair no abismo, o que segurou foras as samambaias, planta nativa de folhas longas e o cansanção (planta q coça) gritei meu companheiro que ia em frente, ele voltou, não acreditando no que via, jogou uma corda de nóis eu segurei e ele foi puxando e eu me arranhando toda nas plantas e pedras. Fiquei toda marcada, isso em 2004. Imagino o q passastes, nosso sexto sentido tem q ser respeitado. Vc viveu de novo. Eu vivi de novo. Obrigada meu Deus.
    Temos q relatar isso para que as pessoas tenham cuidado com as trilhas.
    Parabéns, bem vinda de novo.

    • 21 de fevereiro de 2018 a 16:35

      Caramba, Dinorah! Fiquei chocada com seu relato. Que medo você deve ter sentido pendurada ali, hem! Obrigada. Somos sortudas em nascer duas vezes.

  • 19 de maio de 2018 a 21:21

    Adorei seu relato, consigo imaginar o medo, já passei por uns perrengues e o que mais precisamos lembrar é que pânico não ajuda, e como você falou, parar de gritar economiza energia que pode ser fundamental para sair da situação de perigo. Que bom que deu tudo certo!

    • 19 de maio de 2018 a 21:23

      Brigada, Michelle! Eu sinto muito alívio quando lembro desse dia.
      É difícil não entrar em pânico, mas até que segurei bastante. Já surte por beeem menos.
      Obrigada mesmo pelo comentário!

  • 20 de abril de 2022 a 17:17
    Andrea

    Lloré tanto leyendo tu relato, pude sentir miedo , angustia desesperación y agradecer la vida, todoooo en cuestión de minutos . Tu escritura es tan humana, tan expresiva, intensa y sincera que amoooo.
    Larga vida para vos y abundancia en la vida de lxs que hicieron posible el final feliz 😁

    • 22 de abril de 2022 a 13:33

      Ah que linda, muchas gracias por la empatia. Y me alegro un monton que te guste mi escrita.